quinta-feira, 1 de junho de 2023

Simples e suave

 

Este poema é simples.

Simples e suave.

Carícia de um sopro matinal.

Versos sem métrica e cobiças,

senão o mero existir.

Assovio que, vindo de fora,

passa pelos pulmões,

pousa na clave

e ecoa pelo corpo desavisado.

Incolor, inodoro e insípido,

como água. Necessário!

Sem monólogos sobre o amor,

paixões ou anseios.

Sem metafísicos devaneios

sobre tempos ou deuses.

Trivial desabrochar primaveril.


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