segunda-feira, 4 de março de 2024

Deadline

 

Percebo passar por mim

um verso promissor

Flutua desengonçado

feito borboleta e

pousa à minha esquerda

Olho de esguelha, abdicado

A tela do computador, o prazo,

o direito tributário me cegam

Quando, enfim, torno a mim

já não há mais verso algum

só uma angústia, agora inútil,

do que poderia ter sido

Resta-me velar outro poema natimorto

e me entorpecer com o vil metal

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